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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Foto: http://megumi.guegue.com 

 

MICHÈLE NAJLIS

(1946, Granada – Nicaragua)

 

Poeta, narradora, articulista. Diretora de Teologia do Centro Ecuménico Antonio Valdivieso em Managua.
Es-Presidenta da Associación Nicaragüense de Escritoras (ANIDE).
Publicações: El Viento Armado (1969; 19820; Augurios (1981);
Cantos de Ifigenia (1991); La soledad sonora (2005).

 

TEXTO EN ESPAÑOL  -  TEXTO EM PORTUGUÊS

 

IX FESTIVAL INTERNACIONAL DE POESÍA DE GRANADA, Nicaragua 2013.  Memoria Poética. 121 Poetas / 56 países.  Managua, Nicaragua:  Fundación Festival Internacional de la Poesía de Granada, 2014.  220 p.  ISBN 978-99964-896-2-4

 

Na capa: reprodução do cartaz do evento.  Inclui poemas dos convidados e uma foto coletiva. Inclui os poemas brasileiros: Thiago de Mello e Floriano Martins.  
Ex. bibl. Antonio Miranda

 

 

 

 Yo, mujer,
terca habitante del planeta
veo llegar el día en que el otóño
bese feliz la primavera.
Espero la vendimia de mi sangre.
Veo tomarse ocre las verdes hojas de mis manos.
Siento crecer la vida que sembré con loco amor
e insensatas alegrias,
mientras fueron pasando, uno a uno,
soles, constelaciones y planetas.

Aprendí a pronunciar los nombres de mis hijos
que me fueron revelados poco a poco
cuando ellos eran apenas
dulces astronautas de mi vientre.

Conocí los secretos de la vida.
Bebí con avidez rachas de viento,
embriague mi piel con la salobre espuma
dorada por el sol.
Conocí la tormenta en el océano
la perfecta oposición de los astros sobre el mar,
y sentí la pequenez indómita de este cuerpo que ocupa
apenas un fragmento del tiempo y del espacio.

Yo, mujer,
terca habitante del planeta
he dejado mi huella amorosa en la nube
que pasa ligera.

Ahora espero,
gratia plena,
el día en que el otoño bese feliz la primavera
para compartir
gozosa
este jugo fermentado que es ahora mi sangre.

 

 

 

TEXTO EM PORTUGUÊS
Tradução de ANTONIO MIRANDA

 

 Eu, mulher,
teimosa habitante do planeta
vejo chegar o dia em que o outono
beije feliz a primavera.
Espero a colheita de meu sangue.
Vejo tornar-se ocre as verdes folhas de minhas mãos.
Sinto crescer a vida que semeei com um amor louco

 e insensatas alegrias,
enquanto foram passando, um a um,
sóis, constelações e planetas.

Aprendi a pronunciar os nomes de meus filhos
que me foram revelados pouco a pouco
quando eles eram apenas
doces astronautas de meu ventre.

Conheci os segredos da vida.
Bebi com avidez rajadas de vento,
embriaguei minha pele com a salobre espuma
dourada pelo sol.
Conheci a tormenta no oceano
a perfeita oposição dos astros sobre o mar,
e senti a pequenez indômita deste corpo que ocupa
apenas um fragmento do tempo y do espaço.

Eu, mulher,
teimosa habitante do planeta
deixei minha pegada amorosa na nuvem
que passa ligeira.

Agora espero,
gratia plena,
o dia em que o outono beije feliz a primavera
para compartilhar
feliz
este jugo fermentado que é agora o meu
sangue.

 

 

*

 

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Página publicada em abril de 2021

 


 

 

 
 
 
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